A
violência contra a mulher só foi reconhecida como um problema de Saúde Pública,
em 1980 pela Justiça e em 1990 pela saúde,portanto ainda há muito a desvendar
sobre esse tema .O
que mantém viva a “Invisibilidade social” deste fato.
As
mulheres apresentam baixa percepção e notificação sobre as situações" vívidas" como: agressão verbal, assédio ofensas como violência. A maioria de homens e mulheres ainda entende só a agressão física e sexual, como violência.
A visão de “violência doméstica”,ainda permeia esses desencontros,embora tenham estudos que demonstrem que a violência psicológica tem prevalência de 82% mais que as outras.
A
violência contra as mulheres,deve ser entendida sobre três aspectos: violência
física, violência psicológica e violência sexual.
Pretendo dar mais enfoque à violência
psicológica, visto que os outros dois tipos,tem sido mais discutidos,são
observáveis e até há consenso em sua definição.
Violência
psicológica é entendida como toda ação ou omissão que cause dano à a auto estima ou ao desenvolvimento da pessoa
em questão vítima. É a modalidade mais difícil de ser identificada,
caracterizando-se por humilhação, chantagem, ameaças, discriminação, ofensas,
críticas ao desempenho em todas as áreas
e papéis por ela exercidos e privação de liberdade.Pode levar ao isolamento familiar, social ou
do trabalho .Suas consequências são graves e podem levar ao adoecimento e em
casos extremos ao suicídio.
A violência psicológica afeta não só a vítima ,mas a todos que convivem com ela.
A violência psicológica afeta não só a vítima ,mas a todos que convivem com ela.
A
violência contra a mulher,deve ser entendida sob a ótica de efeitos mais
amplos, bidimensionais, visto que causam
danos físicos e emocionais .
Muitas
vezes, há muita dificuldade em “afirmar” que um comportamento é violento ou
não, psicologicamente, visto que há valores e diferenças culturais, sociais e
religiosas que impactam no relacionamento entre familiares, homem e mulher ou
práticas amorosas .O que impacta na notificação ou desqualificação do fato.
É
fundamental a existência de Políticas Públicas para o aprofundamento desse
tema, utilizando a multidisciplinaridade ( assistentes
sociais, psicólogos,enfermeiros,médicos, sociólogos, advogados e delegados)
,para a construção qualificada, ética e
com sigilo, de estratégias de prevenção e atendimento destes casos.
A resolução de um problema como esse, não se
dará exclusivamente,no âmbito da Saúde. É fundamental que os serviços de Saúde,
ao abordar tal problema, utilizem uma escuta responsável ,acolhedora e
sigilosa, além de oferecer alternativas possíveis de intervenção:Delegacia da
Mulher,apoio psicológico, jurídico, social,abrigos e ONGS.
O compartilhamento da decisão ou
encaminhamento com essa mulher (vitima),é importantíssimo, pois a transforma em
protagonista de suas decisões em um momento de tanta vulnerabilidade.O
encaminhamento feito de uma maneira “unilateral” ,pode ser “mal interpretado”
pela mulher e causar desastrosos danos psicológicos :sentimentos de culpa pelo
acontecido, rejeição, nojo, etc...
Este post tem como objetivo alertar a todos homens
e mulheres sobre a necessidade de refletir sobre quais, como e quando
comportamentos poderão ser enquadrados como violência, além de alertar sobre a
gravidade e necessidade do tema ser abordado com atenção,cautela e multidisciplinaridade.
Colaboração
Maria Cecilia Lago Vaiano
Psicóloga Pedagoga
Especialista em
Psicologia Clínica e Educacional
Agradeço a oportunidade de compartilhar este tema tão importante.
ResponderExcluirEspero ter contribuído para a ampliação do tema e possibilidade de reflexão.
Agradeço a oportunidade de compartilhar este tema tão importante.
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