segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Violência Psicológica contra a mulher, também é uma forma de agressão !

A violência contra a mulher só foi reconhecida como um problema de Saúde Pública, em 1980 pela Justiça e em 1990 pela saúde,portanto ainda há muito a desvendar sobre esse tema .O que mantém viva a “Invisibilidade social” deste fato.       
As mulheres apresentam baixa percepção e notificação sobre as situações" vívidas" como: agressão verbal, assédio ofensas como violência. A maioria de homens e mulheres ainda entende só a agressão física e sexual, como violência.
A visão de “violência doméstica”,ainda permeia esses desencontros,embora tenham estudos que demonstrem que a violência psicológica tem prevalência de 82% mais que as outras. 
A violência contra as mulheres,deve ser entendida sobre três aspectos: violência física, violência  psicológica e  violência sexual.
Pretendo dar mais enfoque à violência psicológica, visto que os outros dois tipos,tem sido mais discutidos,são observáveis e até há consenso em sua definição.
Violência psicológica é entendida como toda ação ou omissão que cause dano à  a auto estima ou ao desenvolvimento da pessoa em questão vítima. É a modalidade mais difícil de ser identificada, caracterizando-se por humilhação, chantagem, ameaças, discriminação, ofensas, críticas ao desempenho  em todas as áreas e papéis por ela exercidos e privação de liberdade.Pode levar ao isolamento familiar, social ou do trabalho .Suas consequências são graves e podem levar ao adoecimento e em casos extremos ao suicídio.
 A violência psicológica afeta não só a vítima ,mas a todos que convivem com ela.
A violência contra a mulher,deve ser entendida sob a ótica de efeitos mais amplos, bidimensionais, visto que causam danos físicos e emocionais .
Muitas vezes, há muita dificuldade em “afirmar” que um comportamento é violento ou não, psicologicamente, visto que há valores e diferenças culturais, sociais e religiosas que impactam no relacionamento entre familiares, homem e mulher ou práticas amorosas .O que impacta na notificação ou desqualificação do fato.
É fundamental a existência de Políticas Públicas para o aprofundamento desse tema,  utilizando  a multidisciplinaridade ( assistentes sociais, psicólogos,enfermeiros,médicos, sociólogos, advogados e delegados) ,para a construção qualificada, ética e  com sigilo, de estratégias de prevenção e atendimento destes casos.
A resolução de um problema como esse, não se dará exclusivamente,no âmbito da Saúde. É fundamental que os serviços de Saúde, ao abordar tal problema, utilizem uma escuta responsável ,acolhedora e sigilosa, além de oferecer alternativas possíveis de intervenção:Delegacia da Mulher,apoio psicológico, jurídico, social,abrigos e ONGS.
O compartilhamento da decisão ou encaminhamento com essa mulher (vitima),é importantíssimo, pois a transforma em protagonista de suas decisões em um momento de tanta vulnerabilidade.O encaminhamento feito de uma maneira “unilateral” ,pode ser “mal interpretado” pela mulher e causar desastrosos danos psicológicos :sentimentos de culpa pelo acontecido, rejeição, nojo, etc...
Este  post tem como objetivo alertar a todos homens e mulheres sobre a necessidade de refletir sobre quais, como e quando comportamentos poderão ser enquadrados como violência, além de alertar sobre a gravidade e necessidade do tema ser abordado com atenção,cautela e multidisciplinaridade.
                                                                                    
Colaboração
Maria  Cecilia Lago Vaiano   
Psicóloga Pedagoga  

Especialista em Psicologia Clínica e Educacional                                                                                                                                          

2 comentários:

  1. Agradeço a oportunidade de compartilhar este tema tão importante.
    Espero ter contribuído para a ampliação do tema e possibilidade de reflexão.

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  2. Agradeço a oportunidade de compartilhar este tema tão importante.
    Espero ter contribuído para a ampliação do tema e possibilidade de reflexão.

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