terça-feira, 6 de setembro de 2016

Alimentação complementar para bebês: tão importante quanto à amamentação

 Até os seis meses de idade o leite materno tem tudo que o bebê precisa para o desenvolvimento saudável.A partir dessa idade o organismo dele já está preparado para receber a alimentação complementar.

Segundo a Dra.Cláudia Xavier, Fonoaudióloga, é importante que nessa fase, as mamães procurem, além do pediatra, um acompanhamento com o fonoaudiólogo para ajuda-las nesse processo. Os bebês precisam desenvolver de forma adequada suas  habilidades orais para que consigam, além de obter a nutrição, também tenham  prazer e socialização na situação de alimentação e que não criem aversão ou seletividade ao que está sendo oferecido. É nessa hora que eles mostram o interesse e a receptividade para experimentar novos alimentos.

“A introdução dos alimentos deve respeitar as condições de desenvolvimento oral (aspectos anatômicos, musculares e funcionais) ou também poderíamos dizer : respeitar o  “quociente de desenvolvimento”. Tudo será novo para o bebê: os utensílios, a consistência do alimento, os sabores, as texturas, a cor, o posicionamento para a situação de alimentação, entre outros fatores. Deve se respeitar as necessidades nutricionais juntamente com a capacidade de movimentação, organização oral e coordenação dos movimentos para a introdução  dos alimentos pastosos, semi-sólidos e sólidos. Introduzir as frutas  sem adição de açúcar  em purês ou, assim que possível, em pedaços e não em forma de sucos. Papas espessas fornecem maior possibilidade de desenvolvimento oral  quando comparadas às sopas ralas e líquidas.

 O bebê já praticou por seis meses sua habilidade oral com líquidos através da amamentação, agora  é o momento para iniciar outra prática em paralelo. Frutas e alimentos devem ser oferecidos amassados e depois em pedaços  para o bebê explorar as características, odores, textura e visual. O bebê vai gradativamente desenvolvendo as habilidades necessárias para a mastigação se as consistências forem oferecidas de forma adequada. A água deve ser incluída após as refeições e o aleitamento deve continuar, se possível até o final do primeiro ano de vida, explica a Fonoaudióloga .
Claudia Xavier complementa que ao oferecer para os bebês as diferentes texturas e consistências dos alimentos, estamos estimulando o desenvolvimento dos músculos e o crescimento ósseo da face, evitando assim problemas futuros orofaciais que podem dificultar inclusive a fala.
No próximo texto a doutora Claudia Xavier falará sobre fatores que interferem nas habilidades de alimentação como por exemplo, o refluxo.

 Dra. Claudia  Xavier, fonoaudióloga, doutora em Neurociencias e Comportamento /USP e especialista em Motricidade Orofacial.
CRFa 2-5754

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