Quando o bebê completa 6 meses chega a hora de duas situações
que causam aflição nas mamães: a introdução da papinha e o término da licença
maternidade.Tudo acontece ao mesmo tempo e alguns bebês estranham muito a nova
maneira de se alimentar. É um festival de choro, ânsia, cuspidas e muito desespero
na hora da comida. Eles estranham a colher, a posição do corpo para receber o
alimento,inclinado anteriormente e bem próximo da mamãe, e agora sentado e mais
distante da mamãe; os sabores e texturas são diferentes, a temperatura, tudo é
muito novo para o bebê.
Por isso, para tornar esse processo menos traumático,
seria fundamental antes do início da introdução da alimentação complementar,
procurar a orientação e avaliação de um fonoaudiólogo. “O profissional através
do histórico da mãe e após ter examinado a região orofacial do bebê e seu
desenvolvimento global, vai poder avaliar se ele terá alguma dificuldade em
começar a alimentação, além de orientar a mamãe para que esta nova etapa seja
prazerosa e tranquila para ambos” explica a
Dra. Claudia Xavier - Fonoaudióloga
doutora e especialista em motricidade orofacial atendimento clínico e
hospitalar com bebês e crianças.
A fonoaudióloga ressalta que para um adequado desenvolvimento
orofacial e das habilidades de alimentação é importante que a dieta estimule o
desenvolvimento da mastigação. O bebê até este momento trabalhou muito suas
habilidades orais de sucção e deglutição através da ingestão de liquido (leite
materno). A ingestão de sucos agora não
é prioridade.Ele já trabalhou muito com o liquido.“Nesse período de introdução
da alimentação complementar é melhor oferecer as frutas amassadas ou raspadas
para desenvolver outras habilidades orais. Líquidos só o leite materno ou água.
Com a agua já vai praticar outra forma de ingestão de liquido, que não o seio
materno.Vai praticar o uso do copo ou copo com graduação. Vai começar a sorver
o liquido” detalha a fonoaudióloga.
Segundo a Dra.
Cláudia Xavier ressalta que durante a introdução da alimentação complementar é normal que a criança faça caretas e
jogue o alimento para fora, pois ela ainda está desenvolvendo melhor
coordenação das estruturas e musculatura oral. Ela ainda vai movimentar a
língua para frente e para a parte posterior da cavidade oral, movimento
relacionado à amamentação, por isso joga muitas vezes a papinha para fora. É
nessa fase que terá condições de iniciar outras formas de movimentação da
língua, elevando-a, direcionando-a para os lados, entre outros movimentos cada
vez mais complexos.
“ As mamães
precisam ter paciência , na introdução da alimentação
complementar, e mesmo que o bebê recusar a comer aquela papa no momento ,
deve-se se oferecer em outras ocasiões. Muita atenção : Inventar técnicas para
fazer com que o bebê se alimente como distraindo-o com um brinquedo, IPad, não levará
ao prazer e socialização envolvidos na situação de alimentação. Comer bem,
gostar de comer não significa apenas estar bem nutrido. Algumas técnicas podem
até funcionar na hora, mas perdem rápido seu efeito e o bebê não desenvolve o
interesse pela alimentação. A hora de comer é hora só de comer é a “
brincadeira de comer”, assim e o bebê presta atenção aos sabores, texturas,
aromas, cores e desenvolve o prazer em se alimentar”
Cabe comentar que, em paralelo a este turbilhão de novas
experiências, alguns bebês apresentarão mais dificuldade que outros em função
de maior imaturidade, refluxo, entre outras condições.
O refluxo ocorre com muita frequência na população infantil e
acaba alterando as reações orais do bebe e dificultando o desenvolvimento das
habilidades normais de alimentação. Orientações específicas e técnicas
terapêuticas podem modificar e adequar os padrões alterados. Estes aspectos se
não tratados podem impactar não só a aceitação natural dos alimentos como
também a saúde geral dos bebês.
Dra.Cláudia Xavier –
Fonoaudióloga doutora e especialista em motricidade orofacial atendimento
clínico e hospitalar com bebês e crianças.
CRFa 2-5754
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