quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Pinceladas sobre economia


Apesar de avanços na agenda fiscal, o Brasil ainda vai ter que esperar um pouco para ver a recuperação da economia em dados concretos.
Cria-se um cronograma das expectativas do Executivo para a aprovação/envio de projetos: o teto de gastos (até final de 2016), a reforma trabalhista (segundo semestre de 2017) e reforma da previdência (em 2017). Dada a complexidade da maioria das reformas, o papel para a retomada do crescimento no curto prazo concentra-se principalmente nas mãos do Banco Central com o início do ciclo de cortes da taxa básica de juros.
As estimativas do mercado, segundo o Itaú/Unibanco, é que o PIB do 3º trimestre, a ser divulgado daqui um mês, vai trazer uma nova contração de 0,5% após a queda de 0,6% no 2º tri.



Para o Brasil, que já estava experimentando um Dólar mais baixo em reação a mudança de governo na política econômica, o setor externo colaborando serve como força adicional para manter a moeda americana em um nível que ajuda no combate à inflação. Mas a calmaria no mercado financeiro internacional neste momento, medida pela baixa volatilidade, não pode ser vista como garantia de segurança.
Os últimos dados de atividade vieram mais fracos do que o esperado, mas os estoques da indústria teriam chegado a um ponto em que exigem mais produção mesmo sem recuperação da demanda.
O crescimento da economia brasileira, também diverge entre os economistas. Alguns fazem previsão de crescimento de 1% enquanto outros estão prevendo crescimento de 2% em 2017.
As recessões deixam marcas perenes que só vão ser entendidas com o tempo: não se sabe ainda o nível de destruição de capital ou de desperdício da habilidade dos trabalhadores que ficam fora do mercado.
A boa notícia é que o investimento deve se recuperar diante de uma combinação virtuosa de juros em queda, commodities estáveis e desalavancagem das empresas.
A recuperação do consumo só deve ficar para 2018, quando o mercado de trabalho voltar a mostrar uma dinâmica mais positiva.
Abaixo, algumas previsões do Itaú Unibanco para o Brasil:
2015
2016 (est.)
2017 (est.)
PIB
-3,8%
-3,2%
2%
Desemprego (dezembro/PNAD)
9,7%
12,5%
12,2%
Inflação
10,7%
6,9%
4,8%
Fontes: W1 Finance e Exame.com


João Bosco Suzano Giantaglia, com mais de 30 anos de experiência, é administrador de empresas, com pós graduação em administração geral, financeira, tributária, custos e recursos humanos. Formação em Personal e Professional Coaching e Practitioner em Programação Neurolingüística. Email:.jsgiantaglia@gmail.com

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