Apesar de avanços na agenda fiscal, o Brasil ainda vai ter que esperar um pouco para ver a recuperação da economia em dados concretos.
Cria-se um cronograma das expectativas do Executivo para a
aprovação/envio de projetos: o teto de gastos (até final de 2016), a reforma
trabalhista (segundo semestre de 2017) e reforma da previdência (em 2017). Dada
a complexidade da maioria das reformas, o papel para a retomada do crescimento
no curto prazo concentra-se principalmente nas mãos do Banco Central com o
início do ciclo de cortes da taxa básica de juros.
As estimativas do mercado, segundo o Itaú/Unibanco, é que o PIB do 3º
trimestre, a ser divulgado daqui um mês, vai trazer uma nova contração de 0,5%
após a queda de 0,6% no 2º tri.
Para o Brasil, que já estava experimentando um Dólar mais baixo em
reação a mudança de governo na política econômica, o setor externo colaborando
serve como força adicional para manter a moeda americana em um nível que ajuda
no combate à inflação. Mas a calmaria no mercado financeiro internacional neste
momento, medida pela baixa volatilidade, não pode ser vista como garantia de
segurança.
Os últimos dados de atividade vieram mais fracos do que o esperado, mas
os estoques da indústria teriam chegado a um ponto em que exigem mais produção
mesmo sem recuperação da demanda.
O crescimento da economia brasileira, também diverge entre os
economistas. Alguns fazem previsão de crescimento de 1% enquanto outros estão
prevendo crescimento de 2% em 2017.
As recessões deixam marcas perenes que só vão ser entendidas com o
tempo: não se sabe ainda o nível de destruição de capital ou de desperdício da
habilidade dos trabalhadores que ficam fora do mercado.
A boa notícia é que o investimento deve se recuperar diante de uma
combinação virtuosa de juros em queda, commodities estáveis e desalavancagem
das empresas.
A recuperação do consumo só deve ficar para 2018, quando o mercado de
trabalho voltar a mostrar uma dinâmica mais positiva.
Abaixo, algumas previsões do Itaú Unibanco para o Brasil:
2015
|
2016 (est.)
|
2017 (est.)
|
|
PIB
|
-3,8%
|
-3,2%
|
2%
|
Desemprego (dezembro/PNAD)
|
9,7%
|
12,5%
|
12,2%
|
Inflação
|
10,7%
|
6,9%
|
4,8%
|
Fontes: W1 Finance e
Exame.com
João Bosco Suzano
Giantaglia, com mais de 30 anos de experiência, é administrador de empresas,
com pós graduação em administração geral, financeira, tributária, custos e
recursos humanos. Formação em
Personal e Professional Coaching e Practitioner em Programação
Neurolingüística. Email:.jsgiantaglia@gmail.com
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